sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

#9: Nelson Rodrigues, tradutor de Rause

Parei de assistir novelas quando os melodramas se transformaram em depositários de neuróticas histriônicas. A última que vi, anos atrás, foi Betty a Feia, uma sopópera colombiana que nada deve a Pedro Camacho.

Agora que consegui fazer um gato na tv a cabo do vizinho, assisto Rause, um Xerloque Roumes médico, partidário da teoria do bom selvagem. Recomendo.

Os roteiristas devem ser grandes escritores, ao menos foram assim reconhecidos por um dos nossos maiores dramaturgos.

Todos sabemos que muitos grandes escritores ganham a vida fazendo outras coisas além de livros. Xeiquispír era ator, D. Dinis era rei, e o Plínio Marcos era professor de tarô de uma amiga minha, e o Vinícius de Moraes era vagabundo. O Simenon era escritor, grande, e não fazia outra coisa. Mas era a exceção que etc., além de belga, digo belga.

Alguns grandes escritores são grandes escritores mesmo quando tëm vergonha do que escrevem, como Suzana Flag. E é aí que chego aonde queria chegar. Suzana, vulgo Nelson, mesmo depois de morto, topou legendar Rause. Ou bem nosso dinheiro vale algo no além (o que deixaria Pedro Malan um tanto feliz), ou o anjo pornográfico fez isso porque reconheceu a qualidade literária da obra.

Prestem atenção. Assistam a um episódio da série e aguardem o final. Tá lá: Tradução Nelson Rodrigues.

Um comentário:

Flavio Rodrigues disse...

Dois belos posts seguidos.
Mantenha o ritimo!
Parabéns.