sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

#9: Nelson Rodrigues, tradutor de Rause

Parei de assistir novelas quando os melodramas se transformaram em depositários de neuróticas histriônicas. A última que vi, anos atrás, foi Betty a Feia, uma sopópera colombiana que nada deve a Pedro Camacho.

Agora que consegui fazer um gato na tv a cabo do vizinho, assisto Rause, um Xerloque Roumes médico, partidário da teoria do bom selvagem. Recomendo.

Os roteiristas devem ser grandes escritores, ao menos foram assim reconhecidos por um dos nossos maiores dramaturgos.

Todos sabemos que muitos grandes escritores ganham a vida fazendo outras coisas além de livros. Xeiquispír era ator, D. Dinis era rei, e o Plínio Marcos era professor de tarô de uma amiga minha, e o Vinícius de Moraes era vagabundo. O Simenon era escritor, grande, e não fazia outra coisa. Mas era a exceção que etc., além de belga, digo belga.

Alguns grandes escritores são grandes escritores mesmo quando tëm vergonha do que escrevem, como Suzana Flag. E é aí que chego aonde queria chegar. Suzana, vulgo Nelson, mesmo depois de morto, topou legendar Rause. Ou bem nosso dinheiro vale algo no além (o que deixaria Pedro Malan um tanto feliz), ou o anjo pornográfico fez isso porque reconheceu a qualidade literária da obra.

Prestem atenção. Assistam a um episódio da série e aguardem o final. Tá lá: Tradução Nelson Rodrigues.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

#8: reforma ortográfica

Reforma, diz o Uais, é a ação ou o ato de reformar. Já reformar tem, entre outros significados "substituir um título de dívida por outro, quando se lhe prorroga o prazo de vencimento".

Ortográfica é palavra de origem grega. Orto (ορθά) significa corretamente. Gráfica (γράφειν) significa indústria dedicada à fabricação de impressos.

Daí se conclui que o acordo de reforma ortográfica, diferentemente do que dizem alguns pseudo-gramáticos de plantão, foi uma renegociação das dívidas ("reforma") das indústrias gráficas ("γράφειν") para se estabelecer o valor correto ("ορθά") das prestações devidas. Como se verá mais abaixo, essa dívida somente pôde ser devidamente equalizada com a mudança da Família Real para a capital do Brasil e a criação do Banco do Brasil, em 1808, permitindo que se estreitassem as relações entre Brasil e Portugal, até então separados por todo um oceano de água.

O acordo, que envolveu todas as empresas com código CNAE 1811-3, 1812-1 e 1813-0, foi celebrado em 1990. Mas não foi colocado em prática porque desde 1973 a Casa da Moeda (para quem não sabe, a mais importante indústria gráfica do país) estava sendo constantemente cercada e bombardeada pelas forças rebeldes do General Pino (que recebeu o apelido de Pino Tchê quando comandou a 3ª Região Militar).

O General Pino era famoso por não levar sua farda à lavanderia do quartel. Tanto que essa triste quartelada ficou conhecida como a Gerra Suja de Pino Tchê. A Guerra era tão suja que seu fedor chegou na Espanha, revoltando a população da comuna de Sarriá, que pediu para Napoleão invadir as terras ocupadas pelo povo português, obrigando a família real a se refugiar no Brasil, no episódio que ficou conhecido como o Desastre do Sarriá.

Mesmo com a intervenção napoleônica, a guerra suja continuou, ganhando maior virulência depois que a Filarmônica de Berlim, liderada pelo general alemão Herbert von Karajan expulsou Napoleão da Rússia, com a implementação do plano de resistência elaborado por Tchaikovski. Mas um comando franquista, sabendo que o General Pino se dirigia para a Inglaterra durante o recesso natalino para comprar aviões Hawker Hunter, sequestrou o general, arrancou a sua farda e enviou-a lavanderia.

A cerimônia de desonra do general judeu Pino Dreyfuss, vulgo o Tchê, acusado de maratonismo pelos árabes, teve seu ápice quando suas insígnias foram arrancadas e sua farda engomada. O general, revoltado, gritava em legítimo portunhol de fronteira: "no passarán mi farda, no passarán mi farda!" Depois desse episódio, "no passarán" virou lema das tropas republicanas (tropas neo-con enviadas por George Bush para derrubar o regime franquista no Iraque).

Com a prisão do General Pino, houve a criação da Imprensa Nacional (com o nome de Impressão Régia) e do Banco do Brasil por Dom João VI, primeiro passo para a renegociação da dívida das empresas de impressão.

No entanto a queda dos franquistas causou um vácuo de poder na Península Ibérica, o que permitiu que os holandeses invadissem Pernambuco e atrasou a implementação do acordo. Com o fim do regime franquista houve o restabelecimento da monarquia na Espanha e a adesão de Portugal à Comunidade Européia, o que criou condições econômicas para que D. João (que tinha passaporte português) retornasse à Europa.

Após o Retorno do Rei Frodo e Sam continuaram sua perigosa jornada rumo rumo à montanha da perdição, e o vácuo de poder foi transferido para o Brasil e somente foi preenchido quando D. Luís Ignácio liderou representantes de todas as etnias formadoras do caráter brasileiro em uma guerra que expulsou os holandeses da Copa do Mundo (com gol de falta do Branco). Mas os dias de Lula como líder máximo terminaram após um grave desentendimento com o craque Pelé, líder da Batalha dos Guadalajaras, que expulsou os cisplatinos do México.

Apesar do triste fim de Lula, sua missão estava cumprida, e o país estava livre para implementar o acordo da reforma ortográfica.

Em homenagem a Lula, a capital de Pernambuco, antigamente denominada Poissy, foi rebatizada de São Luiz, o santo soldado(r), que fundou o primeiro hospital público da cidade, com capacidade de abrigar trezentos doentes. São Luiz era um cara de poucas letras (25, no total) e poucos números (contava só até vinte), e por isso batizou o hospital de o Hospital dos Quinze-Vintes.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

# 7: Google Tradutor

É uma maravilha esse tal de gugo. Lendo um raio d'um artigo em ingrêis, surge na minha frente a palavra brawl, mais inédita prá mim que filme no Tela Quente (é, amigo, tv a cabo é um troço caro...).

Antigamente eu deveria optar entre um dicionário-paralelepípedo ou um Collins de bolso com letras microscópicas. Isso antigamente, pois agora meus dedos me levam direto para a Ferramenta de Idiomas do Google.

Só que esqueci de selecionar o campo "traduzir para o português". Veio o resultado em alemão: Schlägerei. Gostei e continuei a procurar. Árabe: مشاجرة. Búlgaro: ромоля. Eslovaco: hádka. Finlandês: tappelu. Grego: καυγάς. Tagalo: murahan.

Como não sei o que é tagalo, ferramenta de idiomas nele: tagalog, em inglês, ou tagalski em polonês.

Esqueci de checar o que é brawl em português, mas você pode fazer isso...

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

#6: para nerds

Na falta de ter em que pensar, resolvi postar coisas alheias. Se você, por diletantismo ou por obrigação, teve que alguma vez achar a derivada de uma função, vai adorar. Caso contrário, esqueça. Abaixo, a letra.





At first I was afraid, what could the answer be?
It said given this position find velocity.
So I tried to work it out but I knew that I was wrong.
I struggled; I cried, “The problem shouldn’t take this long!”
I tried to think, control my nerve …
It’s evident that speed’s tangential to that time–position curve.
This problem would be mine
If I just knew that tangent line
But what to do? Show me a sign!

So I thought back: do calculus,
Way back to Newton and to Leibniz
And to problems just like this.
And just like that when I had given up all hope
I said nope.
There’s just one way to find that slope –
And so now I, I will derive!
Find the derivative of x’s position with respect to time.
It’s as easy as can be –
Just have to take dx/dt –
I will derive, I will derive, hey hey!

And then I went ahead to the second part
But as I looked at it I wasn’t quite sure how to start:
It was asking for the time at which velocity was at a maximum.
And I was thinking, “Woe is me!”
But then I thought, “This much I know:
I gotta find acceleration, set it equal to zero.
Now if only knew what the function was for it …
I guess I’m gonna have to solve for it some way.”

So I thought back: do calculus,
Way back to Newton and to Leibniz
And to problems just like this.
And just like that when I had given up all hope
I said nope.
There’s just one way to find that slope –
And so now I, I will derive!
Find the derivative of velocity with respect to time.
It’s as easy as can be –
Just have to take dv/dt –
I will derive, I will derive …


So I thought back: do calculus,
Way back to Newton and to Leibniz
And to problems just like this.
And just like that when I had given up all hope
I said nope.
There’s just one way to find that slope –
And so now I, I will derive!
Find the derivative of x’s position with respect to time.
It’s as easy as can be –
Just have to take dx/dt –
I will derive, I will derive, I will derive!