“Agora é a hora”, foi o que ele pensou. Suspirou, sorriu, aproximou seu rosto do rosto dela. Os olhos dos dois se fecharam. Ele a beijou.
Depois disso tudo aconteceu muito rápido: ela se levantou da cama enrolada no lençol, eles tomaram sopa pronta à luz de velas, os filhos correram no parque, o carro quebrou no meio das férias, o filho morreu estupidamente, ela chorou em seu ombro, a reforma da casa pareceu nunca terminar, a fábrica faliu, a neta nasceu com quase quatro quilos, o médico pediu para ele fechar a porta e fez cara de consternado, ele chorou no colo dela, a dor ficou insuportável, os analgésicos lhe tiraram a lucidez.
Quando a hora finalmente chegou, ele suspirou, afastou seu rosto do rosto dela, os olhos dos dois se encheram de água, e ele não conseguiu pensar em nada a não ser naquele beijo.
quarta-feira, 8 de junho de 2011
domingo, 5 de junho de 2011
quarta-feira, 1 de junho de 2011
# 44: vem a cavalo
Demorou para atender o telefone. Não porque o sono ainda o dominasse, mas porque já sabia qual era a notícia que do telefone viria. Melhor adiá-la.
# 43: Albatroz
- Bagunçado daquele jeito, não me espanta ele ter perdido a medalha do Nobel. E não adianta reclamar pra mim, minha filha. Eu sempre disse que você casou com um retardado!
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