quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

#28: anatomia

O André menciona, em seu blog, a ocasião em que fraturou o úmero. E eu que achava que úmero era teta de vaca...

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

#27: enterram-se os mortos e cuidam-se dos vivos

Hoje tô gongórico. E como não se pode ser gongórico sem ser baiano, acolho a dica de Caetano e penso no Haiti.

O terremoto é assustador, é triste e coisa-e-tal, mas é também um motivo para os caras repensarem um mon'di'coisa e recomeçarem quase tudo.

É um motivo para o Haiti fazer o que fez Portugal, aquele reinozinho decadente que nos mil-e-setecentos aguardava a volta do insepulto D. Sebastião para que fosse retomado o caminho rumo a uma grandeza sempre pelo destino negada.

Não veio o Desejado: veio o terremoto de Lisboa - e com ele a deixa para que outro Sebastião viesse, não de Alcácer-Quibir, mas de Oeiras, se não para derribar o destino, ao menos para por alguma ordem no bordel.

E o tal Sebastião já chegou botando banca e pronunciando a frase que dá título a este post (na verdade, na verdade mesmo, chegou antes do terremoto, e na verdade nunca pronunciou a tal frase, mas é mais verdade ainda que só não o fez porque os historiadores são um raio de uma classe que tem excesso de zelo e carência de coisas a fazer).

Reconstruiu Lisboa, tomou gosto pelo ofício de pedreiro e saiu reformando o que viu pela frente: economia, judiciário, administração pública, relação Estado-Igreja, educação, os cambau. Transformou o Portugal pós-terremoto em um lugar bem mais bacana do que o Portugal pré-terremoto.

Vá lá que esse Sebastião não trouxe a esperada glória para a terra lusitana. Tudo bem que até hoje Portugal siga na história universal como seguem na vida os personagens do Plinio Marcos: berrando da geral sem nunca influir no resultado, sem nada nem ninguém liderar, apenas transando pelos estreitos, escamosos e esquisitos caminhos do roçado do bom Deus. Mas (sigo pliniomarcosplagiando descaradamente) ele tirou Portugal das quebradas do mundaréu, tirou-a de lá de onde o vento encosta o lixo e as pragas botam ovos. Isso lá ele fez.

E é pensando em Portugal que rezo pelo Haiti. Torço para que o Haiti faça o que faz pombo-correio e o que fez o rosto que o ocidente fita com olhar esfíngico e fatal: peço para que o Haiti encontre o seu Pombal.

#26: kardequinho básico (olha quem fala!)

Hoje a Folha de São Paulo traz notícia sobre a magreza das modelos que desfilam no São Paulo Féi Xiun Uíque. Ilustra a notícia com a foto de uma moça desfilando. A menina era tão desencarnada, mas tão desencarnada, que estaria melhor desfilando em uma sessão de mesa branca.